E VOCÊ, ENTENDEU A MENSAGEM?
Muitas vezes, achamos que não...
É só conversar com alguns ex Escotistas e cada vez nos aproximamos mais deste nefasto veredicto: a mensagem não foi entendida!
Naturalmente, todos têm motivos relevantes para deixarem o Movimento Escoteiro, mas será que se eles realmente compreendessem a missão do chefe, teriam se afastado?
Todos sabem que trabalhar com o adulto voluntário é muito difícil, pois todos nós temos nossa forma pessoal de ver e entender as coisas.
Temos conhecimento que o sul-americano não tem a tradição do trabalho voluntário, achando que, por ser voluntário, pode exercer tal ação no momento que assim o desejar, esquecendo-se que o compromisso assumido e não cumprido, pode ocasionar danos irreparáveis.
Mas, se entendida a mensagem, o resultado final não compensaria o sacrifício?
Claro! Injustiças existem e são inerentes do ser humano como também, incompreensões, incompatibilidades no trato e frustrações...
Claro! Injustiças existem e são inerentes do ser humano como também, incompreensões, incompatibilidades no trato e frustrações...
Posições radicais afastam pessoas que poderiam ser uma força vital dentro do Movimento Escoteiro deixando mágoas e fazendo com que elas se esqueçam do que há pouco tempo, diziam com orgulho e absoluta certeza:
- Eu trabalho pelo jovem!
E então? Agora que deixaram o Escotismo, esqueceram o jovem?
Eles continuam os mesmos, com as mesmas necessidades e carências de quando nós os acolhemos no Grupo. Em muitos casos o Escotista é o único gabarito de comparação que este jovem possui, talvez até a sua última oportunidade.
Estes jovens merecem serem penalizados porque ainda não participam do mundo adulto, tão difícil de ser entendido, não podendo, por isso, interferir revertendo essa deserção?
Estes jovens merecem serem penalizados porque ainda não participam do mundo adulto, tão difícil de ser entendido, não podendo, por isso, interferir revertendo essa deserção?
Também aceitamos a premissa de que eles são inocentes e buscaram o Escotismo pelo que nós nos propusemos a lhes oferecer: um mundo de desafios e aventuras.
Ganhamos seu respeito, sua amizade, sua lealdade após o que, de repente, por motivos alheios às suas vontades, os deixamos na mão, decepcionados com tudo aquilo que prometemos e que deixarão de receber de nós.
Ganhamos seu respeito, sua amizade, sua lealdade após o que, de repente, por motivos alheios às suas vontades, os deixamos na mão, decepcionados com tudo aquilo que prometemos e que deixarão de receber de nós.
Listamos tantas coisas para eles cumprirem (só para eles?) e nos retiramos alegando justos motivos, criando um vazio em seus corações...
Porque o Chefe saiu, indagam?
Será que nós Chefes, temos o direito de, nesta hora, nos esquecermos deles?
Porque o Chefe saiu, indagam?
Será que nós Chefes, temos o direito de, nesta hora, nos esquecermos deles?
Se acreditarmos realmente no método educacional do Escotismo (hoje, mais necessário que em 1907) e entendemos que a formação de um Chefe é um processo demorado e de assimilação homeopática, nunca poderíamos permitir que atitudes intempestivas afastem-nos dessa nobre missão, quase sacerdotal.
A maioria dos Escotistas não são educadores de direito, professores, porem são de fato educadores, pois sob sua orientação e motivação vem formando gerações inteiras de bons cidadãos, oferecendo a este país, homens e mulheres cientes de suas obrigações.
Um Escotista preparado, que entendeu a sua missão, e que foi evoluindo paulatinamente, participando do processo de formação, ganhando a experiência necessária para trabalhar com jovens, não pode se dar o direito de abandonar esta tarefa maravilhosa, só porque foi incompreendido, ficando aborrecido com alguma atitude.
Atuamos no Movimento Escoteiro porque acreditamos nos seus resultados, exaustivamente comprovados, com sacrifícios pessoais sobejamente conhecidos e inúmeras vezes decantadas. Mas, quando somos contrariados...
Ah! Quando somos contrariados esquecemos-nos de tudo o que falamos e prometemos. Tudo é deixado para traz, nossas metas, nossas propostas e, por um motivo inconsistente, eles deixam o Grupo e os jovens que tanto falavam.
Portanto, temos que buscar em nosso interior a força indispensável para superarmos os obstáculos, pensando exclusivamente nas metas a serem alcançadas, e que, muitas vezes, no ápice de uma discussão, facilmente são esquecidos: OS JOVENS!
Texto extraído do livro p/ Escotistas e Dirigentes “Reflexões de um Velho Lobo”.
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