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quinta-feira, 25 de abril de 2013

"Se é para morrer, quero morrer fazendo escotismo"!

A frase que intitula este post foi feito pelo dileto e saudoso escoteiro Guilherme Graff.

Ele foi um dos escoteiros fundadores do GE Voluntários da Pátria em 2006. Quando do início das atividades do Grupo, ele chegou acompanhado pelo pais, apresentando-se como candidato. Na anamnese que sempre fazemos foi informado pelos pais que ele apresentava grave enfermidade cardíaca de nascimento - tinha meio coração - e que poderia não participar de tudo. A chefia da época, a priori, foi radicalmente contra sua entrada no grupo. Entretanto após muita insistência e depois de uma autorização expressa da família, bem como laudos médicos ele iniciou como pata tenra. Vibrante, e literalmente sempre alerta, era um dos mais guerreiros e compensava sua deficiência física com uma afetividade única. Além disso acreditava piamente em uma liderança baseada no exemplo. Após a promessa galgou logo a segunda classe. Assevere-se que no 329° as etapas são duras de se conquistar haja vista que não distribuimos distintivos como quem lança confetes ao vento. Logo após  foi escolhido como monitor da patrulha Cão! Havia jogos dinâmicos em que ele era carregado "na cacunda" por seu sub-monitor, Fabrício Ribeiro, hoje distinto chefe do nosso Grupo. Apesar de todo o cuidado e acompanhamento médico, ele frequentemente se sentia mal, faltava-lhe o ar etc., sendo prá nós um motivo de constante preocupação.   Muitas vezes o Ch. Sérgio conversou com a família para que tivessem o bom senso de retirá-lo do grupo. Em vão. Certa ocasião, em que vimos que ele sofria dificuldades para participar de um jogo, que era leve, chamamos o seu pai e lhe falamos. O pai nos disse entre lágrimas, que o Gui estava praticamente desenganado e que a opção poderia até ser morrer em casa. Disse também que amava profundamente os escoteiros (comprovável no ORKUT). O fato é que o Guilherme jamais deixou de tentar, de querer jogar, de ensinar seus elementos, de competir! E os chefes, à época, sempre  extasiados com sua fúria por viver, o carregando e o admirando. 

Quiz o destino que ele mudasse para Porto Alegre para aguardar um transplante que já parecia impossível. Nos deixou entre lágrimas e abraços, dizendo que brevemente estaria de volta ao grupo bravo e guerreiro, como ele gostava de dizer. 
Meses depois lastimavelmente veio a falecer na cirurgia do transplante devido a complicações.  Hoje encontra-se sepultado no segundo andar do primeiro prédio do Cemitério São Francisco de Paula, Pelotas. 
Quem teve a honra de conviver com aquele menino, ciente de que poderia tombar a qualquer momento e que não obstante jamais deixava de cumprir o seu dever, pelo contrário, chorava quando sugeriam que moderasse,  sabe que jamais temeu a morte, e que sim, era e segue sendo um herói. Um exemplo de escoteiro, de vida e de superação. Em suma, um escoteiro por excelência!
A ele e a este movimento que inspira tais atitudes, vibramos com o nosso Sempre Alerta!

Post brilhantemente sugerido pelo estimado Ch. Sérgio Vanti! 

2 comentários:

  1. Linda postagem, chefe Andrigo!! Exemplos como deste jovem escoteiro é que nos fazem ver o quanto as coisas são passageiras e que o mais importante é viver da melhor forma possível, fazendo sempre o máximo por tudo aquilo em que acreditamos. Que o jovem Guilherme possa estar amparado por Deus e olhando por nós, seus irmãos escoteiros. Sempre Alerta!!!

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  2. Linda história, admirável por sua força e determinação, uma família muito forte e iluminada ao ponto de mesmo sabendo que seu filho logo faltaria não o quis para si e sim permitiu que ele buscasse seus sonhos e ideais, um ótimo exemplo de via, que este jovem esteja recuperado e quem sabe ai se preparando para tornar-se um grande escoteiro que vai mudar para melhor esse nosso mundo.

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